Num país em que 54 % da população é negra ou parda, de acordo com o último Censo, a representatividade desta parcela da população nas artes (em todos os cargos e estágios de produção), na cultura pop e na publicidade vem crescendo ao longo dos últimos, mas ainda falta muito para alcançar o mesmo espaço dado aos brancos.
Fizemos uma seleção de filmes (longa e curta-metragens; ficções e documentários) que tratam da identidade, da cultura e da representatividade de atores negros em telenovelas, durante anos, o produto cultural mais consumido no Brasil. Cada filme rende discussões das mais ricas e são ideais para se trabalhar com os alunos e alunas em sala de aula, principalmente com os dos últimos anos do Ensino Fundamental e todos do Ensino Médio. Ao final de cada sinopse, indicamos onde é possível assisti-los, confira:
1 – AmaElo – É tudo pra ontem (2020)
Tendo como pano de fundo o concerto no Theatro Municipal de São Paulo que lançou o disco que tem o mesmo nome do documentário, o rapper, ativista e escritor Emicida relembra e celebra o legado da cultura afro-brasileira, dando destaque a nomes como a feminista e autora, socióloga e feminista Lélia González, o poeta, escritor e professor Abdias Nascimento, e o músico e compositor Wilson das Neves, entre outros.
O filme traz também trechos do concerto e cenas da cotidiano e da carreira do rapper paulistano.
Onde assistir: Netflix
2 – Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil (2016)
Dirigido por Belisario Franca, o documentário segue a investigação do historiador Sidney Aguilar e a descoberta de um fato assustador. A partir de tijolos com suásticas nazistas impressas, o pesquisador descobriu que 50 meninos negros e mulatos foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para uma fazenda no interior de São Paulo, que pertencia a uma família de empresários. Os meninos eram explorados e torturados, e o diretor vai em busca de um dos poucos remanescentes deste caso chocante.
Onde assistir: Youtube
3 – A Negação do Brasil (2000)
A partir de uma jornada pela história da telenovela brasileira, o cineasta Joel Zito Araújo analisa preconceitos, estereótipos e tabus em torno da atuação dos atores negros nestes que são o produto da indústria cultural mais popular no país. Tendo como base em entrevistas com atores e atrizes como Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Chica Xavier (ambas falecidas nos últimos dois anos) e Zezé Motta e em suas pesquisas e memórias, Joel mostra como a televisão evoluiu quanto à representatividade negra, mas que o caminho a trilhar ainda é longo.
Onde assistir: Youtube
4 – Branco sai, preto fica (2014)
Numa história que reúne o afrofuturismo, a crítica social e o registro documental, o longa-metragem dirigido por Adirley Queirós mostra a rotina de dois homens negros que tiveram suas vidas marcadas depois de um tiroteio em um baile funk na periferia de Brasília. Um deles perde a perna, e o outro fica paraplégico. Um outro homem vem do futuro para investigar o evento que mudou a vida da dupla e a responsabilidade da sociedade e do estado no acontecimento.
Onde assistir: Netflix
5 – Kbela (2015)
Sensível, este curta-metragem realizado por Yasmin Thayná faz um retrato poético e sincero sobre o papel do cabelo das mulheres negras. O racismo sofrido diariamente, as tentativas de embranquecimento por meio de alisamentos e outros tratamentos químicos usados há décadas por mulheres negras, em contraponto com a descoberta da força contida na aceitação dos fios crespos e sua conexão com a ancestralidade africana é retratada de forma potente.
Onde assistir: Youtube
Professor e professora, a discussão de filmes e outras peças audiovisuais faz parte das suas aulas, principalmente no que se refere ao estudo das culturas negras e indígena? Conte para a gente!
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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