Em todo o mundo, o dia 23 de abril é comemorado o Dia Mundial do Livro. Surgido entre as primeiras civilizações sob a forma do papiro, seguido do pergaminho e, finalmente, do papel impresso, os livros deixaram de ser uma relíquia de luxo destinada aos religiosos ou aos nobres para tornarem-se objetos distribuidores de conhecimento, disponíveis para qualquer tipo de pessoa.
Levantamos alguns dados curiosos e interessantes sobre estes dispositivos que hoje transcenderam o papel e a tinta, podendo ser lidos em celulares, tablets e os e-readers. Leia a seguir.
1 – Os primeiros – os primeiros ancestrais dos livros foram os papiros, no antigo Egito. Considerada uma tarefa das mais nobres, a escrita em papiro era realizada apenas por escribas, profissionais altamente respeitados, responsáveis pela fabricação e leitura tanto de documentos religiosos quanto oficiais. De acordo com alguns pesquisadores, as peças de papiro mais antigas já encontradas datam de até 3 mil antes de Cristo.
2 – Mais funcionais – no Egito e em outras civilizações o papiro passou a ser substituído pelo pergaminho, por volta do século X a.C. Com o uso deste tipo de material, os documentos passaram a ser mais facilmente organizados e manuseados. Ainda que não fossem necessariamente encadernados, por serem mais resistentes, os papiros foram importantes para a preservação de textos fundamentais, como a Bíblia Sagrada e alguns textos clássicos.
3 – A encadernação – os primeiros livros encadernados surgiram ainda na Antiguidade. Conhecidas como codex (códice, em português), estas edições eram mais facilmente transportadas e manipuladas, mas ainda confeccionados em materiais como peles de animais e outras formas de papel artesanal. Entretanto, esses primeiros exemplares ainda eram exclusivos da igreja e da nobreza.
4 – A invenção de Gutemberg – o processo de fabricação e impressão de livros sofre uma grande evolução em 1454, com a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg. Mesmo que essa máquina permitisse que a fabricação fosse mais simples e em maior escala, ela não a tornou mais democrática: a leitura, a escrita e o ato de possuir livros continuavam sendo atividades destinadas aos nobres, clérigos e burgueses mais letrados, que tinham a oportunidade de ir à universidade.
5 – Primeiro no Brasil – o primeiro livro escrito em terras brasileiras foi impresso antes da fundação da Imprensa Régia, em 1808, pelo rei Dom João VI. Este documento não se trata de um livro em si, nem de uma obra literária. Era um relato de 60 páginas contando a troca de bispo na cidade do Rio de Janeiro –Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. Pode parecer prosaico, mas este tipo de evento era muito importante nesta época.
6 – Mais lidos – de acordo com várias fontes (como os jornais The New York Times, The Guardian, além da International Booksellers Federation), o livro mais lido de todos os tempos é o clássico espanhol Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, que foi publicado em 1605. Em seguida vem a aventura francesa O Conde de Monte Cristo (de Alexandre Dumas), de 1844, e o romance O Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens, de 1859.
7 – Brasileiros leem pouco – uma pesquisa de 2016 pelo Instituto Pró-Livro apontou que os brasileiros não são grandes leitores: são lidos no país apenas 2,43 livros por ano. Mais grave é que 30% da população nunca comprou um exemplar, de acordo com o Observatório do Terceiro Setor.
As deficiências educacionais, a falta de estrutura familiar e a desigualdade social podem estar entre os principais motivos deste desinteresse, mas podemos juntar a isso a crise de informação pela qual passa a maior parte dos países tanto em desenvolvimento quanto já desenvolvidos (o que inclui a propagação de fake news e o uso irresponsável das redes sociais).
8 – Mais vendidos em 2018 – de acordo com a Amazon, o livro de não-ficção mais vendido no mundo em 2018 foi Becoming (Minha História), a autobiografia da última primeira-dama norte-americana, Michelle Obama. No Brasil, no mesmo gênero, o exemplar mais vendido foi o clássico Diário de Anne Frank, escrito pela menina judia holandesa que se escondeu no telhado de casa com sua família, durante o período nazista na Europa.
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
Entre em contato: [email protected]