Em fevereiro de 2020, o mundo se viu diante de uma situação inédita e assustadora: o surgimento de um tipo de vírus altamente contagioso. A Covid-19 se espalhou rapidamente pelo mundo e chegou ao Brasil. Todos sabem o que aconteceu a partir daí, e como a pandemia afetou todas as áreas da vida da sociedade. A educação, de forma particular, passou (e segue passando) por um momento desafiador.
Pegos de surpresa pelo fechamento de escolas, muitos professores tiveram de reinventar sua forma de ensinar, a maior parte, sem haver recebido qualquer forma de preparo para lecionar de forma remota anteriormente.
Docentes também tiveram de se desdobrar para criar um ambiente de trabalho em casa, o que muitas vezes não era possível por razões como falta de um espaço adequado para isso e acesso à internet deficiente; alternar o trabalho com o cuidado com a família, a casa e consigo mesmos. Ao final de um ano de adaptações, muitos docentes chegaram à exaustão mental e física.
Durante 2020, o Instituto Península realizou a pesquisa Sentimentos e Percepção dos Professores Brasileiros nos Diferentes Estágios do Coronavírus no Brasil, que acompanhou a rotina e a adaptação dos professores a este momento, bem como os efeitos desta mudança em sua motivação e saúde mental.
Mesmo diante de todas as dificuldades apresentadas durante o primeiro ano da pandemia, a pesquisa mostrou que 19, 61% dos docentes se declararam motivados para o período letivo de 2021.
Em comparação com o início da pandemia, grande parte se declarou mais calma e menos ansiosa, no mês de novembro. Entretanto, chama a atenção que 58% consideraram-se ansiosos, 53% cansados e apenas 7% felizes.
Diante de um prolongamento da pandemia e das incertezas sobre a volta às aulas presenciais, muitos dos desafios que surgiram em fevereiro de 2020 já foram superados pelos professores.
Mas outros, como o desequilíbrio entre a vida pessoal e a profissional e crises de ansiedade constantes passaram a fazer parte da vida de muitos destes profissionais.
Como fizemos no ano passado, num momento em que pouco se sabia sobre a pandemia e quanto tempo ela poderia durar, trazemos hoje 5 dicas para apoiar os educadores no cuidado de sua saúde mental neste segundo ano de Covid-19. Confira a seguir.
1 – Tenha consciência de suas emoções
A correria da vida e suas centenas de compromissos profissionais e pessoais muitas vezes faz com que não prestemos atenção ao que sentimos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão e, dentro deste total, 15% dos professores diziam sofrer desta condição antes da pandemia, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo pesquisador Flavio Comin, das universidades Ramón Llull, na Catalunha, e Cambridge, no Reino Unido.
Você se questiona quanto ao seu trabalho como educador, ou sente-se desanimado ou mesmo triste ao preparar uma aula ou começar a semana? Sua vontade de trabalhar, cuidar de si ou dos outros foi reduzida durante o período da pandemia?
Responda mentalmente a essas perguntas e esteja atento aos seus pensamentos, como eles se formam e mudam ao longo do dia. Não hesite em procurar ajuda profissional a qualquer momento.
2 – Aprenda a gerenciar seu tempo
No início da pandemia, uma das mudanças apontadas pela pesquisa conduzida pelo Instituto Península sobre a situação dos professores na pandemia era que 75% dos entrevistados passou a dedicar-se mais aos estudos que ao lazer.
Um ano depois, vale uma reflexão sobre quanto tempo você tem dedicado para atividades como preparar aulas, ler e estudar os conteúdos que você leva para a sala de aula (agora virtual), e quanto destina a ver um filme, conversar com os amigos pelas redes sociais ou ler algo que não seja relacionado ao trabalho.
Com um olhar crítico, observe as suas atividades cotidianas, reconheça pontos de atenção e de melhora para a sua qualidade de vida.
3 – Estabeleça metas possíveis de ser cumpridas
Todos nós fazemos planos para conseguir conquistar grandes sonhos, mas muitas vezes, é melhor fazer mudanças em pequenos passos, pois alcançar pequenos objetivos geralmente podem gerar sentimentos fortalecedores que podem ajudá-lo a enfrentar os desafios maiores.
Anote como você se vê daqui a 6 meses, 1 ano, 5 anos ou 10 anos. Escreva objetivos grandes e objetivos menores a partir de agora. Compartilhe suas ideias com alguém que você confia.
Para manter-se motivado durante a jornada, comemore e se dê recompensas, por menor que seja, quando você atingir seus objetivos.
4 – Aprenda a dizer não
Entre as reflexões que muitos psicólogos têm citado como recorrentes durante a pandemia, aprender a negar pedidos profissionais de última hora ocupam lugar de destaque.
O medo de parecer antipático ou pouco cooperativo pode empurrar o docente a nunca negar pedidos como trabalhar além do horário ou absorver mais responsabilidades durante um módulo ou semestre letivo.
Mas dizer “não” vai muito além disso: é um mecanismo de autoproteção, que cada vez mais os professores devem fazer uso, conforme aconselham os especialistas em saúde mental.
5 – Dentro do possível, cuide de sua saúde física
Não é de hoje que há um consenso entre médicos, especialistas em bem-estar e psicólogos: mente sã só funciona num corpo são. Por isso, dê muita atenção à quantidade e qualidade do seu sono. Boas horas dormidas ajudam na produtividade e reforçam o sistema imunológico.
Além de dormir bem, escolha com cuidado os seus alimentos. Evite os excessos de açúcar, gorduras e sal, usando-os sempre com parcimônia.
Durante a pandemia, vários estudos confirmaram que fazer exercícios regularmente reforça o sistema imunológico, melhora o humor e a disposição. Não importa que tipo de atividade física se escolha, mas é comprovado que pelo menos 15 minutos movendo-se pode trazer inúmeros benefícios para a saúde como um todo.
Do mesmo modo, hábitos como fumar e beber em demasia tornaram-se um problema em muitos países, principalmente nos países que enfrentam longos períodos de confinamento. Por outro lado, muitas pessoas aproveitaram a pandemia para abandonar o cigarro e reduzir a quantidade de álcool ingerida diariamente.
Para finalizar, não se esqueça da água. A ingestão do precioso líquido (pelo menos 1 litro por dia) ajuda no bom funcionamento do organismo, na eliminação de toxinas e na reposição de sais minerais perdidos ao longo do dia.
Fontes: OMS, Instituto Península, Folha de São Paulo, Globoesporte.com
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Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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