O mundo está mudando rapidamente, mas na sala de aula muitas dessas transições ainda não foram incorporadas por falta de estrutura ou mesmo por resistência da parte de alguns educadores. A mídia, antigamente considerada uma inimiga da educação, agora deve ser olhada como aliada.
Chegamos a um momento em que redes sociais e comunicadores digitais (aí incluídas Facebook, Instagram, Twitter, Whatsapp e Telegram) não podem ser deixados de fora da sala de aula, porque fazem são parte inseparável da vida dos alunos do século XXI. O mesmo se aplica à linguagem radiofônica e aos podcasts, que vem tomando cada vez mais espaço, como contamos para você neste texto.
Dentro deste cenário ganha força o conceito de “educomunicação”, definido pelo professor e jornalista Douglas Calixto como uma estratégia – que articula comunicação e educação – para desenvolver alternativas educacionais criativas e inovadoras.
Um assunto muito especial para quem trabalha nesta área é a linguagem radiofônica, ou as linguagens que circulam ao redor do mundo por meio do som. Douglas irá ministrar o curso on-line Podcast e Educacão: a produção de áudio na escola, no Instituto Singularidades. Você pode assistir à webinar da aula inaugural aqui.
Uma subdivisão da linguagem radiofônica, os podcasts, segundo o professor, formam um assunto que “está na moda e vem mobilizando muitas pessoas e mobilizando afetos”. Douglas reforça que as possibilidades do uso desta novíssima ferramenta em sala de aula são praticamente infinitas, mas é importante salientar que o professor não precisa ser especialista em tecnologia, nem dispor de um grande número de aparatos para produzir e, consequente, usar o podcast como recurso pedagógico.
“Que isso significa na prática? É que você precisa mobilizar o currículo, o seu conteúdo utilizando da linguagem radiofônica, e ela tem uma série de benefícios, como a linguagem oral, a flexibilidade – você pode fazer na aula de física ou na de geografia pequenos experimentos de rádio, e isso não depende de um conhecimento aprofundado”, explica.
Douglas reforça que o rádio continua muito presente na vida de todas as pessoas – seja as que ouvem as notícias no carro, a caminho do trabalho, ou fazendo algum esporte, por exemplo – e onda do podcast reforçou esta flexibilidade, o uso fácil em qualquer tipo de espaço, além da possibilidade de ouvir podcasts sobre os mais variados temas. “Então, o professor não tem essa preocupação de edição, de captação. Mas ele precisa de verdade é de uma intencionalidade”, comenta.
Com isso, o professor quer dizer que, por mais que muitas escolas não tenham recursos suficientes para produzir podcasts, essa intencionalidade está na forma com que a aula pode ser conduzida, trazendo elementos do discurso oral e da linguagem radiofônica para ela.
Esta afirmação é também do professor Marciel Consani, que ajudou a formatar o curso. Marciel é especializado em linguagem radiofônica e concorda que os professores possam trabalhar de diferentes formas com ela em sala de aula.
Mesmo diante dos desafios que a estrutura da escola muitas vezes propõe aos professores, ambos concordam que as tecnologias vieram para ficar. “Quando você coloca isso pra fora da escola, se nega a trabalhar com essas linguagens, está perdendo uma oportunidade raríssima de contar com aquilo que mobiliza os estudantes, de trabalhar com o que eles gostam, de entender o pensamento deles. Então, o podcast, como as outras narrativas digitais, são fundamentais por fazerem parte da cultura dos estudantes”, analisa Douglas.
Marciel aponta esse acolhimento de ferramentas de comunicação novas e “antigas” (rádio, TV e cinema, por exemplo) como indispensáveis a uma escola que está em constante evolução e que pretende mudar a vida de seus alunos.
“Tem educação que transforma e educação que não transforma. Então nós, educomunicadores, temos em vista que toda educação moderna ou contemporânea busca uma sociedade mais inclusiva mais justa e mais tolerante, e temos de batalhar por ela”, reflete.
O curso on-line “Podcast e Educacão: a produção de áudio na escola” está disponível desde o dia 2 de maio. O curso é formado por quatro unidades com atividades teóricas e práticas, e pode ser feito em dois meses.
Douglas Calixto é jornalista, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA-USP. É atualmente pesquisador do MECOM (Grupo de Pesquisa Mediações Educomunicativas), supervisor de comunicação do IBCCRIM – Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e professor do Instituto Singularidades.
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/produto/podcasteedcacao/
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