Qual a definição de e-learning?
O e-learning é um formato de aprendizagem a distância geralmente auto-instrucional, que oferece múltiplas linguagens e metodologias ativas, a fim de que o aprendiz seja o protagonista no processo. Ele pode ocorrer por meio de cursos corporativos ou não corporativos.
No primeiro caso, o curso é elaborado para atender às necessidades de uma empresa ou grupo empresarial, por meio da formação de seus colaboradores, clientes ou fornecedores. Já no segundo caso, são cursos livres oferecidos para o público em geral.
Como ele se difere do EAD e dos cursos on-line?
O chamado Ensino à Distância (EAD) é um conceito amplo, como um guarda-chuva, que compreende as diversas formas de promoção de aprendizagem a distância. Até mesmo os cursos por correspondência, populares na segunda metade do século XX, eram formas de cursos a distância, mediados por algum tipo de tecnologia (no caso, as apostilas).
Qual o impacto que os cursos on-line tiveram no Brasil recente?
Estes cursos já atingiram um número expressivo de pessoas e, de acordo com o censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) em 2016, contabilizavam 2,9 milhões de alunos (incluindo cursos livres corporativos e não corporativos).
Por conta de uma ampla variação de horas, metodologias e conteúdo, é desafiador avaliar o impacto total deste tipo de ensino.
De uma forma geral, quais vantagens deste sistema?
Pode-se afirmar que as ferramentas de e-learning geram economia para a aprendizagem, tornam acessíveis conteúdos especializados, além de divulgarem especialistas e metodologias de classe mundial.
Além disso, diminuem tempos de deslocamento entre a residência ou trabalho até a escola, possibilitam escolha de horário mais flexível pelo aluno e impulsionam a autonomia.
Quais são as possibilidades que o e-learning abre para os alunos, seja em conteúdo ou em flexibilidade?
O e-learning pode garantir aos alunos um aprendizado direcionado e mais ativo, visto que pode-se escolher o que se gostaria de estudar e em qual formato.
Além disso, possibilita que o aluno determine o local e o tempo disponível para realizar seu estudo, de acordo com sua rotina e necessidade. Considerando a realidade das grandes cidades, ou mesmo regiões distantes, este é um excelente benefício aos alunos.
Qual o perfil dos estudantes que aderem a essa plataforma de ensino?
De acordo com o Censo EAD, nota-se que nos cursos livres não corporativos a presença feminina é significativamente maior, enquanto nos corporativos é maior a presença masculina, ainda que ligeiramente.
A maioria dos alunos encontra-se na faixa etária entre 31 e 40 anos (27%), o que reforça a importância da EAD para atender às demandas de um mercado onde o profissional busca continuar seus estudos enquanto trabalha, prevendo avançar em sua carreira.
Como você analisa essa diferença entre os gêneros ?
É interessante observá-la, pois estes dados revelam um avanço na sociedade brasileira, na qual a mulher está cada vez mais investindo em sua vida profissional, tanto pela demanda financeira quanto pelos novos papéis que ocupa na sociedade.
Como é a experiência do aluno com o e-learning hoje?
O desafio está na proximidade e na autonomia do aprendiz. Quanto aos materiais, um dos indicadores de qualidade de conteúdos didáticos é a sua variedade.
Numa comparação com os cursos presenciais, o Censo da EAD de 2016 ainda aponta que este sistema oferece uma variedade maior de materiais e metodologias do que o ensino presencial. Isso não significa que a interação e a qualidade não sejam pontos críticos.
Ainda se perde em qualidade ou interação em relação às aulas presenciais?
Na verdade, há perfis que se sentem mais à vontade para interagir no meio digital, e outros que enfrentam dificuldades. Por outro lado, é menos comum que os cursos on-line tenham atividades práticas, o que representa um desafio para determinados cursos e conteúdos.
Uma das estratégias que utilizamos no Instituto Singularidades é o modelo Híbrido, que articula atividades presenciais e a distância para fomentar a proximidade e a autonomia do aprendiz. Outras possibilidades estão no uso de tecnologias de ponta, como simulações, games e recursos de aprendizagem adaptativa.
Alini Dal Magro é mestra em Empreendedorismo pela Universidade de São Paulo (USP) e possui graduação em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente é diretora de Estratégia e Novos Negócios do Instituto Singularidades.