Na educação de hoje, o formato de transmissão de conhecimento professor-aluno já não funciona da mesma forma. Diversas experiências e estudos apontam que o aprendizado também se dá de outras maneiras, como por meio de desenvolvimento de projetos ou propostas inovadores realizados entre os estudantes, tendo o professor como um mediador. O protagonismo do aluno é algo a ser valorizado, e esta é a ideia que move o ICloc Jovem, evento que chegou à sua quarta edição no último sábado, dia 20.
Foram mais de 250 trabalhos apresentados por estudantes de escolas públicas, privadas e ONGs, divididos em dois períodos pela manhã e outros dois à tarde. O evento contou também com a presença de educadores, gestores e demais interessados no desenvolvimento da educação. Ao todo, em torno de 1,5 mil visitantes acompanharam o evento.
Para organizar o congresso, o Instituto Singularidades contou com uma equipe que cuidou desde as inscrições até a apresentação dos trabalhos, com a presença de mediadores em todas as salas, além da infraestrutura necessária para a realização do evento.
“O evento foi muito bom, com saldo positivo em todos os aspectos. O maior aprendizado foi o de integração institucional. Um evento deste porte necessita de alinhamento, confiança e processos articulados entre todos os colaboradores”, avalia Valdir Silva, coordenador de Relações Interinstitucionais do Instituto Singularidades.
Todas as áreas juntas e misturadas
Por meio de projetos de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento, (apresentados individualmente ou em grupo), os estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio mostraram que levam a sério a proposta do congresso, sem deixar de dedicar um olhar criativo e instigador para temas cotidianos.
Um exemplo veio da série Pokémon, um clássico infantil, que foi usada pelo aluno Vinicius Washington, da ETEC André Bogosian, como base para seu trabalho. “Por meio do desenho, tentei criar aglomerado de informações sobre biologia e cuidado com o meio ambiente para ajudar aos alunos do ensino médio”, explica o estudante.
O agrupamento dos trabalhos foi definido de acordo com a temática de cada projeto. Desta forma, em uma mesma sala o público teve a oportunidade de conhecer e participar de apresentações que abordaram necessidades especiais e inclusão social, por exemplo.
Ao mesmo tempo, na biblioteca, a temática da energia era abordada em projetos como ar-condicionado ecológico, fiação elétrica em São Paulo, a importância e o funcionamento da energia nuclear, e a reutilização de pneus como isolante térmico residencial. Ao término de cada grupo de quatros apresentações, o público era convidado pelos mediadores a fazer perguntas aos jovens.
CLuE, clubes e grêmios
O que um congresso para estudantes, um clube dentro da escola e um grêmio estudantil têm em comum? Além de aprender o conteúdo curricular, é importante que os alunos desenvolvam capacidades como o trabalho em grupo, o respeito a diferentes opiniões, a tomada de decisões e o desenvolvimento de uma postura ativa diante do mundo para transformar seu entorno. Valorizar e compreender melhor o ofício do professor também faz parte deste pacote de aprendizado.
Os projetos apresentados no ICloc Jovem mostraram experiências interessantes, como a organização de um congresso de estudantes para estudantes (CLuE), clubes para aprimoramento de conhecimentos nas áreas de interesse dos alunos e um grêmio estudantil que promove diferentes atividades de cunho educacional e político.
A qualidade dos trabalhos e o empenho dos jovens foram marcantes nessa edição do ICloc Jovem. O evento mostrou que a escola, por meio de pessoas que constroem movimentos, buscam novidades e soluções, encaram desafios e compartilham conhecimento, tornando os alunos protagonistas de suas próprias experiências educativas.
Texto escrito em parceria com Luis Gustavo Gagliardi, aluno do 1º semestre de Pedagogia
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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