Nascido na Pensilvânia (estado localizado no nordeste norte-americano) em 1943, Howard Gardner é um psicólogo cognitivo e neurologista educacional ligado à Universidade de Harvard e tornou-se conhecido pela teoria das inteligências múltiplas, que é uma inspiração para milhares de escolas, universidades e educadores em todo o mundo.
Filho de pais que fugiram da perseguição aos judeus na Alemanha nazista que migraram para os Estados Unidos, Gardner entrou em Harvard em 1961 para cursar história. Influenciado por seu colega Erik Erikson, passou a se interessar em ciências sociais, principalmente sociologia, antropologia e psicologia clínica. Após ter contato com o psicólogo cognitivo Jerome Bruner e os textos do pedagogo Jean Piaget, o então estudante decide mudar de área de estudo.
Em 1971, com uma tese sobre a sensibilidade de estilo em crianças, obtém seu doutorado em Harvard e seguiu trabalhando como pesquisador nesta área. Junto a outros pesquisadores, como o filósofo Nelson Goodman, Gardner criou o Project Zero, um grupo de pesquisa que tinha como objetivo focar no estudo sistemático do pensamento artístico e no desenvolvimento da criatividade.
Dez anos depois, o pesquisador foi homenageado com o prêmio da MacArthur Foundation, e em 2011 recebeu o famoso Prêmio Príncipe Astúrias em Ciências Sociais. Howard ainda hoje é professor de Cognição e Educação em Harvard e professor adjunto de Neurologia na Boston University.
A teoria das inteligências múltiplas
Depois de passar a se dedicar à psicologia cognitiva, Howard Gardner desenvolveu um grande interesse pelos processos de aprendizagem, mas guardava desconfiança quanto à forma com que a inteligência era avaliada.
Até aquele momento, meados dos anos 80, o método mais conhecido e aplicado para este fim era o teste de Quociente de Inteligência (QI), criado no início do século XX e que, ao longo dos anos, constatou-se que, na verdade, avaliava penas o raciocínio lógico-matemático.
Junto a outros pesquisadores do grupo Project Zero, Gardner estudou grupos de gênios, e notou que o que era considerado “genialidade” tinha algumas limitações, uma vez que esta categorização excluía diversas habilidades.
O psicólogo e seus companheiros também analisaram indivíduos portadores de lesões cerebrais, etapa da pesquisa que foi importantíssima no mapeamento e relacionamento de algumas partes do cérebro com determinadas competências de aprendizagem.
Ao fim de sua pesquisa, o pesquisador e sua equipe chegaram à conclusão de que existem sete tipos de inteligência: a lógico-matemática, responsável por lidar com números e contas; a linguística, relacionada a idiomas; a espacial, que capacita o indivíduo a expressar-se por meio de desenhos ou maquetes, por exemplo; a físico-cinestésica (não confundir com “sinestésica, que se refere a sensações), que se refere ao potencial que temos em usar o corpo ou parte dele (boca e mãos, por exemplo) para criar formas de expressão; a intrapessoal, dada a quem é capaz de lidar consigo mesmo, e, finalmente, a interpessoal, que habilita o indivíduo a lidar com os seus pares, além da musical, que é autoexplicativa.
Anos mais tarde, a lista ganhou acréscimos, como resultado da continuação dos estudos do norte-americano. Foram identificadas e reconhecidas as inteligências naturalista, demonstrada por aqueles indivíduos que se inclinam por estudar ou aprender sobre as espécies da natureza, e a existencial, que se apresenta como a capacidade de reflexão sobre a vida humana e nosso papel numa escala cósmica.
Fundamentais à educação moderna, as inteligências de Gardner permitiram aos professores que pudessem avaliar e testar diferentes estímulos e dinâmicas de aprendizagem, ajudando os alunos no desenvolvimento de competências e habilidades totalmente diversas.
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