Por Prof. Dr. Guilherme Santinho Jacobik
Sob uma perspectiva sócio-interacionista a criança desenvolve suas estruturas cognitivas ao lidar com situações de jogos e brincadeiras, dado que estes estão impregnados de aprendizagens e regras sociais que permitiriam aprendizagens futuras” (MOURA apud KISHIMOTO, 2009, p.79). A criança experimenta situações de faz-de-conta e de jogos de regras buscando solucionar as impossibilidades de tornar realidade seus desejos através da fantasia e da simulação de experiências cotidianas que ainda lhe são inacessíveis (VYGOTSKY, 1988).
Por decorrência dessa visão, o uso do lúdico na escola passou a ser considerado uma prática interessante dado que, ao aproximar o aluno do universo cultural, também permitiria a ele se aproximar dos conteúdos escolares, desenvolvendo novas estruturas cognitivas (MOURA apud KISHIMOTO, 2009). No entanto, isto depende da atividade orientadora do (a) professor(a), da criação de oportunidades e possibilidades que permitam ao aluno expor o que aprendeu em outros contextos. Em outras palavras, se o jogo e a brincadeira não forem ferramentas de uso das práticas da escola, nos parece que pouca importância terá a cultura lúdica externa do aluno.
A escola pode ser promotora desta ponte, escola e casa, inclusive oferecendo saídas culturais que, mais tarde, podem ser revisitadas pelos pais, junto com seus filhos.
Referências
KISHIMOTO, T.M.Jogo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2009.
VYGOTSKY, L.S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Icone, 1988