Estudantes do curso de Pedagogia desenvolveram jogos originais e adaptados para ensinar habilidades e objetos de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para crianças do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental. Conversamos com o professor Guilherme Santinho Jacobik, doutor em Ensino da Matemática, responsável pela mediação desses futuros educadores, sobre esta iniciativa inovadora.
Por que os alunos do curso de Pedagogia elaboraram este projeto?
É um dos objetivos principais, não apenas da disciplina Didática do Ensino de Matemática, mas das premissas do curso de Pedagogia como um todo, o aprender na prática. Dessa forma, os futuros pedagogos são desafiados a compreender a BNCC e a desenvolver jogos que aproximem estudantes do 4º e 5º anos dos saberes matemáticos.
Por que associar jogos e ensino da Matemática? E por que no 4º e 5º anos?
Para o aprendizado de uma ciência tão estigmatizada, considerada difícil por muitos, abstrata e fora dos contextos reais de vida, como é o caso da Matemática, o jogo faz uma ponte necessária de aproximação das pessoas. Eles compõem um conjunto de objetos, frutos da criação humana, que são os saberes matemáticos.
O jogo é uma situação quase sempre interativa e pouco passiva, sujeita a mudanças e a intervenções criativas. É uma atividade que pode levar o estudante a se divertir e aprender, ou seja, é uma prática significativa.
É comum que os educadores ofereçam jogos aos alunos mais novos, das séries iniciais. No entanto, um estudante do 4º e 5º ano ainda é uma criança, e não só gosta como necessita ser desafiado matematicamente por meio de jogos.
Junto com os jogos e suas regras, vimos que estão programadas atividades inspiradas neles. Qual é sua a sua proposta em relação a isso?
São as atividades correlatas, ou seja, relacionadas ao jogo que foi criado. A ideia é que o pedagogo perceba a importância de compreender que este recurso não é um instrumento didático que se basta, que tem fim em si mesmo.
O jogo está interligado à necessidade de chamar a atenção da criança ao conceito matemático que está sendo ensinado e, possivelmente, aprendido.
Então, desafiamos os estudantes de Pedagogia a desenvolverem duas atividades associadas a ele, e que reforcem os conteúdos matemáticos que inspiraram a elaboração dos jogos.
Ainda existem barreiras que impedem o uso de jogos na escola? Se sim, quais argumentos você usaria para convencer a quem se opõem a essa prática?
A escola tem se distanciado do emprego de jogos didáticos, criando uma barreira à medida que aumenta a idade dos educandos e seu nível de ensino. É preciso ter claro que, na escola, eles estão a serviço de objetivos didáticos que requerem, para seu bom uso, uma grande reflexão por parte do educador.
Sua eficiência se dá quando seu uso é traduzido como a junção de conteúdos de ensino eficientes para a aprendizagem, e que se aliam ao prazer do aluno. O jogo pode ser uma excelente situação-problema, um estímulo ao domínio dos conhecimentos adquiridos.
Ele não é mero passatempo e nem uma aposta passiva, e tampouco o simples contato com jogos operará o milagre da aprendizagem espontânea. Isso não existe, é preciso intencionalidade e planejamento sério.
Se você quer conhecer esses modelos de jogos e usá-los em sala de aula, acesse esta página para conhecê-los e baixá-los!
Guilherme Santinho Jacobik é doutor em Ensino de Matemática e professor da graduação em Pedagogia do Instituto Singularidades.
Para saber mais: https://institutosingularidades.edu.br/novoportal/produto/graduacao-em-pedagogia/
Entre em contato: [email protected]