Na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, as brincadeiras fazem parte dos seis direitos fundamentais dos alunos. E em tempos de quarentena e reclusão, muitos pais e professores têm tido dificuldades em criar novas formas de brincar com as crianças, que não utilizem os meios digitais.
Nos finais de semana, muitas das famílias estão tão cansadas com as obrigações profissionais, domésticas e com o confinamento em si, que acabam deixando os pequenos com seus brinquedos de sempre ou assistindo vídeos e desenhos em seus tablets, celulares ou televisores.
Além disso, muitos pequenos têm demonstrado estresse, apatia e cansaço por passarem vários dias seguidos dentro de casa, na companhia apenas dos pais e irmãos (quando são várias crianças em casa), longe dos amigos e em espaços físicos nem sempre adequados para eles, além da excessiva quantidade de tarefas que muitas escolas têm passado a eles.
Uma forma de deixar a convivência mais leve, principalmente aos finais de semana, quando os pais têm mais tempo para se dedicarem aos filhos, é usar brincadeiras tradicionais, que ensinam ao mesmo tempo que divertem as crianças para criar-se um espaço de aproximação e diversão entre todos os membros da família.
Ana Tatit, professora de Artes do curso de Pedagogia do Instituto Singularidades, lançou no final do ano o livro Brincadeiras para Tirar o Bumbum da Carteira, escrito em parceria com a educadora e professora Patricia Penido, no qual as autoras apresentam mais de 150 brincadeiras conhecidas no Brasil e em outros países.
No livro, as autoras defendem a ideia que o brincar prepara as crianças para a vida e cria representações do cotidiano para interpretá-lo melhor. Ana vem publicando em sua conta no Instagram uma série de brincadeiras para pais, avós, tios e mesmo os educadores incorporarem às atividades durante a quarentena.
Separamos quatro delas, duas para estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental e, as outras, para as que estão no infantil para inspirar e fazer com que as crianças (e os adultos também) saiam das cadeiras e dos sofás. Vamos lá?
No Natal eu ganhei…
Nessa brincadeira, as crianças devem contar que presente ganharam no Natal. Conforme cada participante fala, o próximo tem de falar o que ganhou e repetir o que os anteriores receberam. O objetivo da brincadeira, conta a professora Ana, é reforçar a concentração e a atenção, além de divertir muito todo mundo!
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Isso me lembra…
Outra brincadeira que reforça a atenção e a memória, citando objetos, animais, brinquedos, cores ou qualquer outro tema. Uma pessoa começa com a frase “Isso me lembra…”, e o participante seguinte cita outra coisa e mais o que o anterior contou. A conexão entre o que as crianças falem ao longo do brincar deve ser alvo de atenção, dando-se várias voltas até alguém esquecer, repetir ou confundir o que foi dito antes. Quando isso acontecer, é só começar tudo de novo!
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Fui à lua e levei…
Nessa brincadeira, os participantes têm que adivinhar o que pode ou não ser levado para a lua. O adulto ou criança que dá início fala “Fui para a lua e levei…” qualquer coisa que queira. Mas como é uma brincadeira de categorias, os seguintes terão de seguir o mesmo padrão. Por exemplo, se o primeiro citar uma palavra que começa com a letra “T”, todos os seguintes devem fazer o mesmo.
Os critérios são variados: a letra com que o objeto começa, cores, frutas, brinquedos (para as crianças que ainda não sabem ler, por exemplo). Os educadores ou a família podem criar o que quiser e for correspondente à idade das crianças. Para os mais velhos, os desafios podem ser maiores, como ações (“fui à lua e mergulhei num lago”, por exemplo), e o que mais a imaginação mandar!
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Batidas de copos
Uma brincadeira indicada para os estudantes dos primeiros anos do fundamental e também para os do infantil, que já tenham uma noções rítmicas e uma boa coordenação motora. Os objetos necessários serão copos de plástico mais forte (ou acrílico) ou latinhas.
A partir deles, os participantes vão seguindo um passo a passo ritmado, até que todos estejam sincronizados e que possam acelerar o ritmo. Segundo a professora, é ideal para acompanhar canções e parlendas, que são essas músicas que aprendemos na infância, como “A Canoa Virou”, “Sapo Cururu” etc.
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Gostou das nossas sugestões de brincadeiras? Faça com seus alunos, filhos, sobrinhos ou netos e conte para a gente como foi essa experiência tão rica e divertida!
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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