O mês de setembro é marcado por diferentes homenagens e causas. Entre elas, o Mês da Visibilidade da Comunidade Surda Brasileira busca conscientizar a população a respeito das conquistas da população surda ao longo dos últimos anos e da luta pela ampliação da acessibilidade em todas as esferas da sociedade.
Uma das conquistas foi o reconhecimento da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) como uma língua brasileira oficial, em 2002. A Libras é usada por mais de 9,5 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Existem 10,7 milhões de portadores de deficiência auditiva parcial ou total, segundo um estudo realizado pela Semana da Acessibilidade Surda, evento que acontece desde 2018 durante o mês de setembro, em parceria com o Instituto Locomotiva, que realiza pesquisas em várias frentes.
Para relembrar a importância do Setembro Azul, trazemos para vocês algumas curiosidades sobre a Libras e outros sistemas de linguagem de sinais usados em outras partes do mundo. Confira.
1 – Não existe um sistema de sinais único
Ao contrário do que muita gente pensa, não existe uma língua de sinais universal. Da mesma forma que as línguas faladas, as gestuais variam de acordo com a região, a cultura e os costumes de cada população. Há mais de 200 línguas de sinais diferentes pelo mundo, e cada uma delas utiliza aspectos locais para cada palavra ou frase. Desta forma, quando uma pessoa surda viaja para outro país, é recomendável que ele ou ela aprenda alguns fragmentos da língua de sinais usada lá, para que possa estabelecer comunicação, exatamente da mesma forma que aconteceria com uma língula falada.
2 – Segunda língua oficial do Brasil
Com uma estrutura gramatical própria, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) não é uma simples adaptação das línguas orais. É uma língua completa, com uma estrutura gramatical própria. Por isso, em 2002, a Lei nº 10.436 reconheceu a Libras como uma língua brasileira e um meio oficial de expressão.
3 – A Língua de Sinais Francesa (LSF) é a mãe da Libras e de outras línguas gestuais
Em 1855, a Língua de Sinais Francesa (LSF) foi trazida ao Brasil pelo professor Hernest Huet, ele próprio surdo. A pedido do imperador Dom Pedro II, 1857, Huet fundou a primeira escola para surdos no Brasil, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro, hoje conhecido como Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines). Grande parte das línguas de sinais latinas têm origem na francesa, como a Língua Gestual Portuguesa (LGP), a Língua de Sinais Espanhola (LSE) e a Língua Mexicana de Sinais (LMS).
4 – Línguas de sinais também possuem regionalismos
Como nas línguas faladas, as gestuais também levam em conta sotaques, gírias e regionalismos. E essa é a razão pela qual cada região ou país desenvolve uma língua própria, que traga elementos facilmente reconhecíveis por quem a utiliza.
5 – A importância das expressões faciais
Pode acontecer que o mesmo sinal ou gesto tenha significados diferentes, gerando confusão nos usuários de Libras. Por isso é que outra parte fundamental das línguas gestuais são as expressões faciais e corporais, incorporando gírias e regionalismos que enriquecem a comunicação dentro da comunidade surda.
6 – Libras no Enem
Desde 2017 as provas do Exame Nacional do Ensino Médio passaram a ser acessíveis a surdos e deficientes auditivos. Os testes são realizados em Libras, no formato de videoprovas. Além das provas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inepe) também disponibiliza editais e cartilhas em formato de vídeo, com legendas na Língua Brasileira de Sinais.
Você conhece alguma outra curiosidade sobre essa causa? Compartilhe conosco nos comentários!
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
Entre em contato: [email protected]