O ensino e a aprendizagem de matemática passaram por grandes mudanças nos últimos anos. O professor já não alcança o aluno por meio da teoria e da abstração, e coube à escola desenvolver metodologias que tornassem essa disciplina mais atrativa e próxima do cotidiano.
Complementarmente a isso, a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) fez com que educadores tivessem que propor uma nova matemática, mais contextualizada e reflexiva, na qual o desenvolvimento do pensamento lógico abstrato fosse tão valorizado quanto as formas pessoais de cada aluno colocar este conhecimento em prática.
Dentro deste novo espectro do ensino surgiu o STEM (Science, Technology, Engineering, Mathematics), cujo objetivo é ampliar as possibilidades e oportunidades de relacionar diferentes áreas do conhecimento – incluindo aí a matemática – e oferecer ao educador uma gama maior de ferramentas para serem usadas na sala de aula.
O STEM também contribui para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que ajudam na formação de alunos protagonistas, questionadores e autônomos.
Esta metodologia inovadora será tema de um dos cursos de verão do Instituto Singularidades, Aulas de Matemática e Metodologia STEM – BNCC na Prática, que começa em janeiro.
Segundo Rodrigo Morozetti Blanco, um dos professores da formação, o curso tem como fundamentação teórica a prática do STEM e os fundamentos da BNCC, em especial na área de matemática.
Entretanto, mais do que teoria, os professores irão trazer para os alunos/futuros professores atividades práticas envolvendo engenharia e tecnologia (como construção de protótipos e programas, por exemplo), de forma que o conteúdo matemático seja compreendido a partir destas práticas.
“Os exemplos que apresentaremos devem servir não só para o professor descobrir e estabelecer relações entre diferentes conteúdos e habilidades matemáticas, como também para auxiliá-lo a planejar aulas mais dinâmicas e interativas com foco no desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos”, explica o professor.
Rodrigo salienta que no curso a matemática não aparece como conteúdo, mas que o conhecimento desta disciplina será solicitado para resolução de desafios, ou surgirá como consequência desta resolução.
“Os desafios em si são provenientes de jogos, mostrando assim que a contextualização da matemática não precisa ser sempre relacionada ao cotidiano prático, podendo muitas vezes ser proveniente de questões filosóficas, lúdicas ou mesmo da própria matemática”, conta.
As atividades do curso foram desenvolvidas para serem aplicadas a turmas de diversas realidades e faixas etárias, complementa o educador.
Um dos papéis mais importantes que o STEM pode desempenhar é o de reduzir a imagem negativa que a matemática ainda tem, sendo vista entre muitos alunos e professores como algo muito teórico e, de certa forma, assustador. O professor explica que isso se deve à falsa ideia de que a disciplina é algo “para o qual alguns têm talento, e outros não”.
“O STEM oferece um ponto de vista no qual a teoria surge naturalmente da prática, e onde qualquer abordagem do problema é válida. Aqui, o importante não é acertar ou errar, mas desenvolver estratégias para enfrentar desafios. É o próprio desenvolvimento da estratégia que leva o aluno ao aprendizado e não o resultado final”, conclui.
Rodrigo Morozetti Blanco é licenciado em matemática pela Universidade de São Paulo e mestre em teoria dos números pelo Profmat. É professor do curso de verão Aulas de Matemática e Metodologia STEM – BNCC na Prática, no Instituto Singularidades.
Para saber mais: www.institutosingularidades.edu.br
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