A discussão em torno do uso da tecnologia na escola não é nova, mas ficou ainda mais constante com o isolamento social. Com o ensino transferido da sala de aula para a casa dos alunos, ficaram ainda mais claras as necessidades de atualização tanto por parte das instituições da rede privada quanto das públicas (e nelas, a desigualdade social, que prejudica a aprendizagem dos alunos mais vulneráveis) quanto dos educadores. Muitos deles não estavam preparados para as aulas on-line, por falta de formação continuada e de familiaridade com os meios digitais.
Realizada em quatro etapas, a pesquisa “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do Coronavírus no Brasil”, realizada pelo Instituto Península (IP) entre 20 de julho e 14 de agosto mostrou um pouco desta situação.
Na segunda fase da consulta (em abril e maio), 83% dos 3.800 professores em todo o país entrevistados afirmaram não estarem preparados para o ensino virtual; 88% nunca haviam dado aulas remotas, e 75% gostaria de receber algum treinamento nesta área.
Já na terceira fase, que aconteceu entre 20/7 e 14/8, depois do ensino remoto ter se tornado mandatório, escolas públicas e privadas criaram formas de capacitar seus docentes à distância, e muitos professores se reinventaram e desenvolveram maneiras criativas de seguir ensinando, fazendo com que 49% afirmassem que a falta de formação é um desafio, mas que 94% passassem a ver a tecnologia como uma importante aliada.
Outra pesquisa, a TIC Educação 2019, que é desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), e divulgada em junho deste ano, mostrou que 28% dos estudantes de áreas urbanas possuem um ambiente ou plataforma de aprendizagem a distância, enquanto 18% dos alunos acessam exclusivamente a internet por meio do celular, mostrando um longo caminho que o ensino on-line precisa percorrer para chegar a mais estudantes.
As duas pesquisas reafirmam que a educação depois do isolamento social será muito diferente, como já é sabido. Dentro deste novo cenário, metodologias ativas como o ensino híbrido; uso de redes sociais, inteligência artificial, robôs e games, por exemplo, se tornarão mais presentes no planejamento dos professores da educação básica.
Como se preparar para este novo mundo?
Aprendizados do isolamento à parte, a geração Z, ou os chamados nativos digitais, já não se estimulavam com aulas tradicionais. O educar na 4a Revolução Industrial, em que muitas das profissões e papeis na sociedade que estes estudantes ocuparão ainda sequer existem, pede dos professores, dos gestores, dos diretores e dos governos iniciativas para promover a formação continuada dos docentes e o acesso integral dos alunos a esse tipo de aprendizagem.
As potencialidades pedagógicas da tecnologia são enormes e explorar recursos que são usados no cotidiano de todos os estudantes, como o celular, pode ser apenas o início de um processo de mudança na compreensão da relação dos jovens e crianças com a apreensão de conteúdos no mundo virtual.
Para ajudar os professores nesta caminhada, o curso on-line BNCC Práticas e Culturas Digitais proporá trilhas de aprendizagem para refletir sobre as relações entre educação e tecnologias digitais, seguindo as normas impostas pela BNCC, que prevê o uso destes recursos em todos os componentes curriculares.
Você está preparado para as mudanças tecnológicas que virão após o isolamento social? Conte para a gente!
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