A formação da professora e do professor tem sido o centro das discussões de diversos sistemas educacionais. Quem ainda só passa conceitos e definições pode facilmente ser substituído pelo Google.
Os docentes têm de perceber que existe uma série de competências que não se restringem a levar apenas o conhecimento conceitual, que dão movimento aos projetos e consequentemente, ao desejo de criar significados. E todas essas novas ferramentas tecnológicas, e as ideias de trabalhar nos currículos e nos desafios relacionados aos problemas contemporâneos estão vindo para revolucionar a escola.
Isso não quer dizer que devemos abrir mão da formação acadêmica rigorosa. O docente tem de continuar dominando todo o conhecimento da sua área, só que esses conteúdos devem ser trabalhados como ferramentas de interpretação do mundo que cerca os estudantes.
Há que haver um meio termo. Hoje, precisamos de educadores bem formados academicamente, mas que saibam criar possibilidades de conectar suas turmas de alunos com a prática. Isto pode ser feito por meio de estágios com aulas diferenciadas, para que quando ele entre, de fato, como profissional, já tenha tido uma vivência de sala de aula. Muito diferente da geração anterior, quando os docentes eram focados na teoria.
Construindo o professor do futuro
Uma maneira de construirmos isso é por meio da homologia de processos. Os educadores ensinam seus estudantes nos cursos de licenciatura da mesma maneira que esperam deles a mesma qualidade de trabalho quando estiverem em campo. Dessa forma, nossos atuais alunos e futuros docentes também ensinarão seus alunos de forma dinâmica e prática.
Não adianta construirmos um currículo linear para um mundo aleatório e complexo. Cada aula é uma inovação, cada aula é uma novidade, cada hora é uma originalidade. Mas o docente jamais pode deixar de se preparar acadêmica e rigorosamente em sua especialidade. Ele tem de dar conta do conhecimento pedagógico e das ferramentas didáticas, mas também estar preparado para as inovações e ter foco.
É natural do ser humano buscar novas ideias pois o conhecimento é infinito. Então, cabe às instituições formadoras que estabeleçam algumas diretrizes básicas e, a partir disso, formar um profissional robusto, preparado para as incertezas, dentro desse novo tempo.
Miguel Thompson (1964-2021) foi CEO do Instituto Singularidades entre 2014 e 2019. Era licenciado em Biologia pela Universidade Mackenzie, doutor e mestre em Oceanografia pela Universidade de São Paulo (USP) e fez um MBA em Markting pela Fundação Instituto de Administração, da mesma instuição.
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