No post de hoje damos seguimento à nossa nova série de posts sobre literatura infantil, preparada pela professora Cris Mori para ajudar aos professores da educação infantil a estimular o interesse pela leitura em seus pequenos alunos.
Cris fala do livro A Mulher Gigante da Casa 88*, que trata da amizade e do respeito à diversidade. Lembramos que o objetivo da nossa série de resenhas é fazer uma análise mais detalhada de cada obra, para que possa ajudar os professores e outros mediadores da leitura na missão selecionar títulos para seus alunos.
Por isso, muitas vezes eles contém spoilers, expressão muito usada no mundo dos audiovisual para definir dicas (nem sempre bem vindas) sobre o final da obra de literatura infantil.
Acompanhe a seguir a inspiradora história da cumplicidade e parceria entre um menino e uma mulher, num primeiro momento, estranha, que se revela uma pessoa encantadora.
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As ilustrações de Kaatje Vermeire – que também fez Uma pergunta tão delicada, da Editora Pulo do Gato – são um capítulo à parte: simplesmente maravilhosas, contribuem enormemente para construir o clima de medo e apreensão da primeira parte da narrativa, e de alegria, leveza e amizade da segunda parte.
Em geral, as ilustrações redundam o texto, às vezes o complementam, mas, em ambas as situações, convidam o leitor a entrar cada vez mais na história do menino e sua obsessão pela mulher gigante que mora na casa 88 da Rua Alta.
Ela mora numa casa, cujas janelas estão quase sempre fechadas por cortinas, e onde há uma gaiola. Além disso, ela usa saias muito largas e longas, está sempre com um guarda-chuva e uma sacola grande. Todos esses elementos fazem crer ao menino que se trata de uma mulher má, que devora as crianças e, por isso, ele tem muito medo dela, medo até de passar em frente à sua casa.
Mas seu interesse e sua curiosidade por ela são tão grandes quanto seu medo, eles acabam se aproximando e, graças a algumas cartas de baralho de gatos que ela dá para ele e aos desenhos de gatos que ele faz para ela, surge entre eles uma genuína amizade. Uma obra de literatura infantil delicada, que convida o leitor a enxergar o mundo – gigante – a partir dos medos e descobertas de uma criança.
Recomenda-se a leitura da crítica sobre este livro escrita por Alda Beraldo e publicada na Revista Emília, disponível aqui.
*KOCKERE, Geert De. A mulher gigante da casa 88. Ilust. Kaatje Vermeire. Trad. Cristiano Zwiesele do Amaral. São Paulo: Pulo do Gato, 2012.
Cristiane Mori é mestre em Linguística pelo IEL/UNICAMP e fonoaudióloga pela PUC-SP. É professora da licenciatura em Pedagogia do Instituto Singularidades.
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
Entre em contato: [email protected]