Professores criativos, que estimulem a imaginação e a reflexão de seus alunos e a sua própria são considerados um diferencial na escola de hoje. Isso vale tanto para os docentes do Ensino infantil quanto do Fundamental e o Médio. Para estimular estas habilidades nos futuros docentes, na graduação em Pedagogia do Instituto Singularidades as artes têm um lugar importante.
Segundo Ana Tatit, professora das oficinas de arte do Singularidades, esta área do conhecimento oferece outras maneiras de ser e de estar no mundo como forma de expressão, criação e imaginação.
“Por meio da dança, do teatro, da música e das artes visuais vivenciadas de forma não estereotipada (a brincadeira em grupo também nos leva para outros lugares e papéis), os alunos/futuros professores descobrem que são capazes de criar, mesmo quando vêm com históricos traumáticos em relação às aulas de artes que tiveram no período escolar”, conta a docente.
Ana continua explicando que, a partir da apreciação, da vivência e da reflexão proposta durante as oficinas, a arte torna-se um desafio, um mergulho no desconhecido, um projeto de transformação e uma possibilidade de linguagem, que intermedeia questões internas e suas expressões.
Uma das alunas do curso de Pedagogia compartilha sua experiência com as músicas e brincadeiras com seus próprios alunos.
Vídeo: Acervo Singularidades/ Ana Tatit
A redação do Blog Singularidades esteve presente à penúltima das oficinas de música ministradas neste semestre e participou das atividades do dia. Observar como as cantigas de roda, canções tradicionais da cultura do Brasil e de outros países são usadas na graduação e suas possibilidades futuras em sala de aula foi uma experiência das mais enriquecedoras.
Ana explica que os dois eixos trabalhados na aulas de música são a criação de ambientes sonoros do cotidiano e as brincadeiras cantadas da tradição oral. Nos dois são trabalhadas as qualidades do som como altura, timbre, duração e intensidade, e também o ritmo e a melodia.
Nestas atividades, segundo a professora, são trabalhadas habilidades como prontidão, atenção e criatividade; aspectos sociais (cooperação, competição, exibicionismo ou timidez); internalização das regras; aspectos cognitivos presentes na fala, na memória e na história das brincadeiras; aspectos musicais como ritmo e a melodia, e aspectos lúdicos, próprios da arte e do brincar.
Durante a oficina da qual a redação tomou parte houve poucas ausências da turma de 25 alunos. Foram trabalhadas sete atividades, que envolviam canto, dança, cooperação e todas as outras habilidades citadas anteriormente pela professora.
O clima é leve e divertido, mas pede atenção e doação ao deixar-se a timidez e a falta de entrosamento de lado e se envolver na prática como o restante dos outros estudantes. Ana comentou que todas as aulas eram registradas por um dos alunos e guardadas em um drive na nuvem, onde poderia ser consultada por todos eles.
As possibilidades do brincar
Na educação infantil, o brincar é um dos seis direitos de aprendizagem ou desenvolvimento dos alunos. “Ao lado do conviver, do participar, do explorar, do conhecer-se e do expressar-se, forma um grupo de atividades em que as crianças aprendam por meio de situações em que elas tenham um papel ativo,” conta Ana Tatit.
Já nos anos iniciais do ensino fundamental, essa prática se torna mais corporal e faz parte da unidade temática “Brincadeiras e Jogos”, dentro do componente curricular Educação Física, na Área de Linguagens, continua a professora. A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vai ser implantada no ano que vem mantém essa área, permitindo que ela seja retrabalhada e pensada pelo professor, escola ou secretaria de educação de acordo com seus projetos pedagógicos.
Entretanto, na escola de hoje não há tanto lugar para brincadeiras em grande parte das instituições de ensino, conforme cita a professora ao falar sobre o retorno que vem recebendo de seus alunos da faculdade de Pedagogia do Instituto Singularidades.
“As escolas são carentes de brincadeiras coletivas, com regras e com música, dirigidas pelos adultos. Não há espaço e nem tempo para as crianças brincarem. Assim, quando nossos alunos propõem atividades artísticas, musicais ou lúdicas, elas são sempre muito bem recebidas pelos alunos, que pedem mais e mais brincadeiras”, completa.
Na opinião da professora, transmitir as brincadeiras da tradição cultural é participar da nossa história, de uma maneira contemporânea e viva. “Os alunos do Singularidades se destacam e se tornam singulares, ao abordarem esses conteúdos aqui levantados em suas salas de aula. É realmente muito gratificante!”, finaliza Ana Tatit.
Ana Tatit é mestre em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina (FSM) e graduada em Licenci Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). É professora do curso de Pedagogia e coordenadora do curso de Pós-graduação Latu Sensu “A Arte de Ensinar Arte”, ambos no Instituto Singularidades.
Para saber mais: https://institutosingularidades.edu.br/novoportal/produto/graduacao-em-pedagogia/
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