Com o surgimento da pandemia da Covid-19, doença causada por uma nova forma de coronavírus nos últimos meses, pessoas de todas as idades tiveram suas rotinas totalmente modificadas, assim como seus níveis de ansiedade. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que todos devam fazer quarentena, ou seja, ficar em casa o máximo de tempo possível, para que o vírus se espalhe com menos velocidade, afetando um número menor de pessoas.
E entre quem está em casa, os adolescentes e crianças também sofrem com o estresse e a avalanche de informações que a imprensa e as redes sociais lançam sobre este tema, diariamente, além das dificuldades em se lidar com a distância dos amigos e da escola.
Para guiar pais e educadores nessa tarefa de ajudar seus filhos e alunos neste momento, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reuniu dicas para reduzir a ansiedade dos mais jovens, com a consultoria deLisa Damour, psicóloga norte-americana especializada em adolescentes e jovens . Confira quatro das principais delas a seguir:
1 – Reconhecer que a ansiedade é algo normal
Cabe aos pais e aos professores – estes últimos, ainda que de forma virtual, por meio do grupo de Whatsapp da classe ou durante as aulas on-line, que muitas escolas adotaram – que a ansiedade que surgiu do fechamento das escolas, da impossibilidade de circulação e das notícias nos jornais e mídias sociais é um sentimento normal, e que não é errado crianças e adolescentes sofrerem com isso.
Para evitar que os pequenos e os adolescentes se afundem em um mundo de notícias falsas ou excessivamente pessimistas, indiquem-lhe fontes confiáveis de informação sobre a Covid-19 (como os sites da Unicef e da Organização Mundial da Saúde, a OMS). Ajudar-lhes nessa curadoria será um ótimo exercício para pais e professores, e uma ferramenta muito útil para filhos e alunos.
Outro ponto de ansiedade é se os mais jovens apresentem algum dos sintomas da doença. Pais e professores devem estar atentos a isso, e perguntar-lhes constantemente como se sentem, checar seus hábitos e incentivá-los a dormir e comer bem.
2 – Criar formas de distrair-se e desconectar-se
Segundo a psicóloga Lisa Damour relata, é importante que, em momentos de crise, tanto adultos quanto crianças e adolescentes saibam que “há coisas a respeito das quais se pode fazer algo, e outras sobre as quais não podemos”.
Desta forma, criar alternativas para distrair-se é uma maneira excelente de se lidar com essas frustrações. Ver um filme ou uma série depois de fazer as tarefas ou das aulas on-line é sempre uma boa pedida.
Inclusive, os pais e professores podem montar listas de filmes e séries interessantes – fuja das apocalípticas ou as de terror, que podem gerar mais tensão – e compartilhar com seus alunos. O mesmo pode ser feito com livros, que os adolescentes podem ler antes de dormir, no lugar do contato quase onipresente do celular.
3 – Estar perto dos amigos, mesmo de longe – mas com moderação
Crianças e adolescentes sofrem muito com o distanciamento dos amigos. Muitas vezes, até as férias causam neles sentimentos de tristeza, por não poder estar com sua turma. Por isso, a Unicef recomenda que as conexões on-line sejam usadas para que este vínculo se mantenha forte.
Criar desafios por meio do aplicativo Tik Tok (superpopular entre os pré e adolescentes) ou mesmo Instagram (como quem mostra a forma mais eficiente de se lavar as mãos, ou formas inovadoras de criar uma máscara protetora usando itens que se tem em casa) pode ser divertido.
Para os pequenos, que não têm celular ou não sabem muito como usá-lo, os pais e professores podem criar salas de reunião ou mesmo sessões de Facetime para que eles se vejam e conversem entre si, mostrem seus brinquedos e como têm brincado em casa.
Entretanto, reforça a psicóloga, cabe aos pais restringir o tempo de tela dos filhos, para que a ansiedade por novidades, que já existia antes da Covid-19, não se combine à gerada pela nova doença, causando um estrago ainda maior no bem-estar dos jovens.
4 – Expressar seus sentimentos
Muitos adolescentes e crianças vêm se sentindo extremamente decepcionados por perder as festas de aniversário, as brincadeiras no parquinho, o cinema ou as saídas com os amigos. Entretanto, muito deles têm dificuldade em abrir-se e falar de seus sentimentos com seus pais ou educadores. A psicóloga Damour reforça que deve-se explicar-lhes que estar triste faz parte do crescer e da vida e, além disso, mostrar-se totalmente receptivo a escutá-los.
5 – Dica extra do Singularidades: criar ambientes de acolhimento virtual
Para as escolas que estão oferecendo aulas on-line, é importante criar-se um espaço antes ou depois de cada aula para uma “roda de conversa virtual”, na qual o professor peça aos alunos para compartilharem como estão sendo suas rotinas, o que os alunos vêm sentindo e como estão lidando com o cotidiano em casa. Compartilhar essas dores e acolher os estudantes nesta fase tão conturbada vai fazer muita diferença em seus ânimos, independente de suas idades. E nos dos professores, também.
E você, futuro ou atual educador? Como está sendo essa fase de isolamento devido à pandemia de Covid-19? Compartilhe conosco sua experiência e vamos gerar uma rede de apoio para a nossa comunidade?
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
Entre em contato: [email protected]