Quando pensamos em liderança nas corporações, logo nos vêm à cabeça a imagem de um indivíduo em destaque, rodeado por seguidores, ou a figura piramidal de um organograma clássico de uma empresa. Mas certamente essas imagens já não mais representam a liderança do mundo contemporâneo, e ainda menos, a do futuro.
Em um mundo complexo, instável, imprevisível e globalmente interligado, como as escolas podem preparar nossas crianças nesse novo paradigma?
Don Tapscott, escritor, consultor e um dos principais pesquisadores mundiais sobre o impacto da tecnologia nas empresas e na sociedade, diz que estamos na Era da Inteligência em Rede, estruturada em quatro princípios fundamentais: colaboração, transparência, compartilhamento e empoderamento.
Nesse cenário, a resposta não está mais em cada um, e sim entre as pessoas, na soma, na troca, na diversidade e no diferente. E essa realidade demanda uma nova forma de ser, de trabalhar e de liderar.
Um estudo realizado pelo National Research Council, publicado em 2012, Educação para a Vida e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do Século 21 indica habilidades necessárias para crianças atingirem seu pleno potencial como adultos, no papel de cidadãos, pais, líderes ou colaboradores, e as separam em três grandes domínios: cognitivo, intrapessoal e interpessoal.
Novo paradigma
A partir desse novo paradigma, as escolas devem garantir às crianças, para além do cognitivo (relativo ao conhecimento), uma formação baseada em experiências significativas que desenvolvam competências e habilidades, e que gerem a capacidade de atuar coletivamente em prol de um bem comum.
Habilidades intrapessoais, que dizem respeito à forma como lidamos com as próprias emoções, e interpessoais, relativas à maneira como lidamos com as outras pessoas, são fundamentais para preparar nossos jovens para agirem nos contextos social, cultural, político e econômico de nosso país.
Atividades e projetos bem planejados e executados, como por exemplo, o trabalho em pequenos grupos dentro da sala de aula, promovem o exercício de uma infinidade de habilidades necessárias para a liderança do futuro, tais como a escuta ativa, a alternância de papéis, aprender a se colocar no lugar do outro, resiliência, autonomia, tolerância e estabelecer laços de confiança, entre tantas outras.
O desenvolvimento dessas características, desde a infância, permitirá às novas gerações um repertório abundante para a vida prática fora do contexto escolar.
Essa nova era pede estruturas organizacionais ágeis e inovadoras, com relações de trabalho e de liderança colaborativas e vinculadas a propósitos transparentes, imbuídos em atender à demanda urgente por um mundo justo, equitativo, social e ambientalmente sustentável.
Luciana O’Reilly é diretora executiva de operações do Instituto Singularidades
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
Entre em contato: [email protected]