Desde que mais de 48 milhões de alunos da rede básica de educação do nosso país tiveram suas rotinas alteradas pela pandemia da Covid-19, criou-se uma atmosfera incerta no ambiente escolar. Interessado em entender os sentimentos e percepções dos principais atores deste cenário, o Instituto Península decidiu ouvi-los.
Por meio da pesquisa Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil, o Península ampliou a voz de 2,4 mil docentes da Educação Básica de todo o país, abordando temas como autocuidado, organização, medos, demandas e anseios diante do ensinar durante esta situação inédita. A consulta foi realizada on-line, por meio de um método quantitativo.
A pesquisa acontecerá em quatro estágios. O Inicial aconteceu até 2 semanas após a suspensão das aulas; o Intermediário, entre 2 semanas e 2 meses; o Final, entre 3 e 4 meses, e a Retomada, após 4 meses de suspensão.
Nesta primeira etapa da pesquisa, que aconteceu entre 23 e 27 de março, foram coletadas respostas de professores e professoras da Educação Básica de todo o Brasil, da Educação Infantil ao Ensino Médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o ensino técnico.
Dos participantes desta primeira fase, 86% são professores, enquanto 7% são diretores e outros 7, coordenadores pedagógicos. A maior parte vive e leciona na região Sudeste, enquanto 24% estão no Nordeste, 14% no Sul, 9% no Centro-Oeste e 6% no Norte. A maior parte é do sexo masculino (61%), e da faixa etária entre 30 e 39 anos.
Das etapas escolares em que lecionam, a maioria está no Ensino Fundamental II (32%), seguidos por 22,6% no Ensino Fundamental, I 13% na Educação Infantil e 11, 21% no ensino médio. A minoria é formado por professores da EJA (4%) e 3% no ensino médio técnico. A seguir, listamos outros pontos de grande relevância da pesquisa.
Papel dos professores neste momento
Entre os professores de todas as redes, é consenso que disseminar informações seguras para os seus grupos mais próximos, manter-se em casa cuidando de si mesmo e dos familiares e interagir remotamente com os alunos constituem o papel do professor neste momento.
Entretanto, há algumas diferenças. Na rede municipal, o terceiro item é apontado como o mais importante por 67,5% dos participantes, enquanto na privada, o segundo é citado com mais força (67,5%). Na estadual, o primeiro item foi lembrando pela maioria dos consultados (62,9%).
Atitudes das redes de ensino
No que tange às ações tomadas pelas redes de ensino, escolas de todas elas adotaram a suspensão das aulas. Na privada e na municipal foi maior a ocorrência de antecipação de férias, e em ambas (85% na municipal e 81,7% na privada) se notou maior suporte ao aluno à distância (81,7). A disseminação de informações sobre a doença é liderada pela rede municipal (83,4) seguida pela privada (76%).
Saúde dos educadores
A maior parte está fora do considerado grupo de risco da COVID-19 e não tem restrições de saúde. Dos pesquisados, 38% se dizem muito preocupados com a situação sanitária atual, e a maior parte classifica sua preocupação com a saúde mental em 2,16, numa escola de 1 a 5, o que é um sinal de que os temores ainda estão sob controle neste momento da pandemia.
Rotinas da quarentena
Entre as rotinas da quarentena, as duas atividades mais citadas são a organização da vida pessoal e familiar (71%), seguida de estudar, preparar aulas, faculdade, concursos e cursos on-line (60%). Num tempo em que os cuidados domésticos devem ser redobrados, a pesquisa aponta para uma mudança de hábitos nos professores.
Fontes de informação
A internet e a televisão aparecem como canais mais utilizados como fontes confiáveis de informação. Dos entrevistados, 79% citaram os portais de notícias, enquanto 76% a televisão, seguidos por 40% as mídias sociais. Aqui se nota uma tendência já observada entre outros grupos, de buscar informações de fontes confiáveis e amparadas pela ciência.
Confira a pesquisa da primeira etapa no site do Instituto Península. Em breve publicaremos algumas das impressões da segunda fase. Enquanto isso, conte-nos o que achou dos dados e se houve uma identificação com as dores e as práticas dos professores. Queremos te ouvir, professor e professora!
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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