Um novo ano acaba de começar e muitas abordagens, filosofias e metodologias devem mudar os rumos da educação em todo o mundo. No Brasil, a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) passará a vigorar em 2020 e representa uma oportunidade de muitos estados, municípios, escolas e professores reverem suas práticas, retrabalharem seus projetos pedagógicos e construírem uma escola mais voltada para o aluno do século XXI.
A seguir, trazemos para você algumas tendências que, de acordo com pesquisas da Bett, um dos maiores e mais relevantes eventos de educação do mundo (cuja edição latino-americana acontece em São Paulo), e do LinkedIn em parceria com a consultoria global de tendências WGSN, podem promover grandes renovações na educação dos próximos anos.
Gamificação
Em alta já há alguns anos, a técnica que usa elementos e raciocínios presentes em jogos para ajudar profissionais e estudantes a chegar a um determinado objetivo – não confundir com o uso de games em classe– vai continuar crescendo nos anos que virão.
Seu potencial de manter o aluno atento, participativo, capaz de resolver problemas e de desenvolver a criatividade pode ser aproveitado por professores de diversas disciplinas.
Um exemplo de uso da gamificação pelos professores pode ser no sistema de avaliação, no qual diferentes gratificações possam ser oferecidas ao aluno conforme ele for cumprindo tarefas fundamentais, como participação nas atividades e projetos em grupo. Atividades mais lúdicas em todas as etapas do ensino básico também podem se beneficiar da técnica.
Design Thinking
Outra tendência que vai fincar seus pés cada vez mais forte no campo da educação é esta abordagem. Muitas escolas e professores já o utilizam para solução de problemas de forma coletiva e colaborativa em classe, mas o design thinking pode trazer benefícios também aos gestores e coordenadores escolares.
Por meio de uma filosofia que coloca o aluno no centro do desenvolvimento de um projeto (seja pedagógico ou administrativo), os gestores podem desenvolver novas jornadas que transformem a escola num espaço mais participativo, aberto e criativo, com a ajuda dos próprios alunos e outros colaboradores.
Bem-estar do aluno
As taxas de ansiedade, estresse, depressão, suicídio e outras condições mentais em alunos da educação básica estão cada vez maiores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, estando atrás apenas dos acidentes de trânsito, em todo o mundo.
A vida em áreas de vulnerabilidade social, entorno familiar violento e mesmo as pressões dos pais, professores e colegas (aí incluídas as situações de bullying) podem ser gatilhos para o surgimento destas condições.
Por conta disso, é crescente a discussão de como a escola pode adotar formas mais humanísticas de aprendizagem, ajudando os alunos na manutenção de seu bem-estar mental.
Uma das abordagens que vêm aumentando sua presença nas escolas é o chamado mindfullness (ou atenção plena, em português), que utiliza técnicas de meditação, respiração e concentração para que o aluno se desconecte das pressões externas e foque-se em si mesmo.
Com práticas que não exigem um espaço ou equipamentos especiais, o mindfullness pode ser aplicado em escolas públicas, privadas ou no terceiro setor, beneficiando um grande número de adolescentes e crianças que compartilham destas mesmas dores.
Existem ainda poucas formações continuadas para professores dentro dessa linha de atuação, mas a tendência é de surgimento de novos cursos dentro dos próximos anos.
Olhar para a natureza
Num cenário em que a preocupação com o meio ambiente tem como protagonistas os adolescentes, além do isolamento promovido pelas redes sociais e outras tecnologias, as aulas e outras atividades junto à natureza começam a ganhar cada vez mais lugar nos currículos que entrarão em vigor nos próximos anos.
Dentro desta tendência, a biomimética (dos grego bios, vida, e mimesis, imitação), área multidisciplinar do conhecimento implica em compreender melhor e imitar a engenhosidade das diversas formas de vida surge como uma possibilidade pedagógica das mais interessantes.
No Brasil existem várias escolas que promovem vivencias junto à natureza para o ensino de ciências e biologia. Mas por que a geografia, a história, o design, a robótica, a criação de projetos e a solução de problemas não podem buscar respostas nos reinos animal, vegetal ou mineral?
Essa é a proposta da biomimética para o ambiente escolar, permitindo que a tecnologia e o convívio com o meio ambiente sejam complementares, e não opostos.
Para saber mais: https://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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