A queixa de muitos alunos da educação básica é a mesma, há gerações: matemática é uma matéria difícil de ser compreendida e, muitas vezes, distante da realidade do aluno.
Do outro lado, o professor tenta despertar em seus educandos o prazer e o interesse em estudá-la, fazendo-os compreender que nem só de cálculos complexos, equações indecifráveis e problemas sem aplicação na viva prática vive a mais elementar das ciências.
Mostrar que ela faz parte das mais diversas atividades rotineiras tornou-se uma das mais importantes tarefas do docente desta área de conhecimento.
De acordo com Antonio Alexandre, professor do curso da disciplina Introdução à Matemática na graduação do Instituto Singularidades, esta disciplina ainda não deixou de ser um “bicho-papão”, mas existem várias ideias em andamento para combater este preconceito e torná-la mais apreciada.
“Uma delas é o STEM (sigla em inglês para Science, Technology, Engineering e Mathematics; Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). A ideia original é unir conhecimentos dessas quatro áreas em torno da construção de algo que resolve o desafio proposto). O Instituto Singularidades oferece nesta temporada um curso de férias sobre este tema.
Além de salientar que na formação dos professores-alunos é fundamental procurar entender as raízes dos assuntos fundamentais na educação básica, outro ponto que Alexandre realça é o efeito da compreensão e da desmistificação da matemática entre os alunos.
“Temos que considerar sempre dois campos, o da matemática e o da vida. Sempre somos surpreendidos com as descobertas e exclamações dos nossos alunos, ‘Ah! não sabia que era assim!’, ou ‘Até hoje não entendia por que fazia esse procedimento!’ ”, conta o professor.
Outro ponto de atenção no ensino fundamental e médio é que muitas vezes os professores de algumas disciplinas têm conhecimento, mas não realmente gostam do que ensinam. Como o educador pode engajar o aluno que, como ele, não aprecia a matemática? Segundo Alexandre, simplificando conceitos e tornando-os menos teóricos e mais factíveis.
Entender e gostar para poder ensinar
“Normalmente quem não gosta, o faz por não entender, por não ver o sentido e a articulação entre os assuntos e os conhecimentos estudados. Tem um exemplo que ilustra bem essa situação. Um problema pede para comparar o preço do açúcar: um pacote de 2 quilos custa R$ 3, 34, e um pacote de 5, R$ 8,75. Um caminho para resolvê-lo é usando divisões para encontrar o preço do quilo em cada pacote; outro é lançar mão do conceito de múltiplos para calcular o preço de 10 quilos ( multiplicando o pacote menor por 2 e o maior por 5)”, ensina Alexandre.
Muito deste esforço em ajudar o aluno a se familiarizar cada vez mais e, por consequência, ensinar melhor faz parte da ementa da disciplina Iniciação à Matemática, que consta da graduação nesta área do conhecimento.
“Ela é muito interessante, pois parte das expectativas de aprendizagem de um aluno que termina o ensino fundamental. Nós elencamos esses assuntos e construímos uma rede de articulações entre eles e com o cotidiano”, explica o professor.
Segundo ele, na sequência os educadores buscam alternativas para ensinar estes assuntos, sempre tendo em vista diversos recursos metodológicos. “Usar recursos digitais é ótimo, porém não são acessíveis, ainda, em todos os lugares. E aí, ‘bora’ pensar em alternativas que tornem esse estudo mais legal e atraente”, conclui o professor.
Antonio Alexandre é professor das disciplinas Introdução à Matemática e Didática para a Educação Financeira, na graduação em Matemática do Instituto Singularidades
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/produto/matematica-graduacao/
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