No último domingo (dia 28) foi comemorado o Dia Mundial da Educação. A data foi estabelecida em homenagem ao Fórum Mundial de Educação em Dakar, no Senegal, que aconteceu neste dia, no ano 2000. O evento teve uma importância tão grande que passou a ser data comemorativa, mesmo à revelia das Organizações das Nações Unidas (ONU), para quem esta data é nada mais que o aniversário do evento acontecido na África, além do Dia Internacional da Saúde e Segurança no Trabalho.
E por que este fórum foi tão significativo para ter se tornado uma efeméride deste porte? Mais de 180 países estiveram presentes em Dakar para firmar um compromisso global pela ampliação da educação básica, um dos temas mais urgentes no mundo de hoje e sempre. Com este objetivo foi elaborado um documento, o Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos.
O documento estabeleceu uma agenda para a educação, pautada em seis metas que deveriam ser seguidas pelas nações que aderissem a ele, e cumpridas até 2015. Nesta época, o número de analfabetos no mundo era de 880 milhões, ou quase 20% da população mundial. Hoje, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, em inglês), este número caiu para 750 milhões, mas ainda é desalentador.
Entre as metas estabelecidas em Dakar estavam a expansão e a melhoria da educação das crianças menores e em estado de vulnerabilidade, para que tivessem acesso à educação de gratuita de qualidade até 2015. Outra era alcançar 50% de alfabetização de adultos até 2015 – principalmente mulheres – e garantir acesso à educação a indivíduos de ambos os sexos.
A ONU estabeleceu que os 164 países que assinaram ao documento deveriam apresentar resultados em 15 anos. No relatório elaborado nesta ocasião ficou claro que muito foi feito, mas ainda há muito trabalho a ser desenvolvido.
Um bom exemplo é fazer que governos ampliem suas verbas destinadas à educação. A recomendação global é que 20% do orçamento anual dos países sejam destinados a esta área, mas em países como o Brasil este número não chega a 7%, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio de Abreu (Inep).
Alerta brasileiro
Com o baixo investimento e um cenário político que aponta para grandes dificuldades numa das áreas mais importantes de qualquer nação, o Brasil está em estado de alerta na educação. O Censo Escolar realizado em 2017 apontou para uma preocupante queda de matrículas na educação básica.
Em 2016 havia 48,8 milhões de alunos no sistema educacional do país, número reduzido em 2017 para 48.6. Pode parecer pouco, mas 200 mil crianças fora da escola é uma cifra das mais tristes.
No ensino fundamental também aconteceu uma queda (de 27.691.478 para 27.348.080), o que por sua vez afeta os estudantes do ensino médio: dos 8.133.040 de 2016, no ano seguinte se matricularam 7.930.384 de milhões de estudantes.
Segundo o Ministério de Educação (MEC), nesta fase é grande a evasão escolar, chegando 11,2%, por muitos alunos terem de buscar trabalho para colaborar no orçamento familiar, não conseguindo conciliar trabalho ou estudo, ou por não encontrarem estímulos para seguir na escola.
No domingo, a entidade mantenedora do Instituto Singularidades, o Instituto Península, em parceria com o canal Quebrando o Tabu (presente no Youtube, no Instagram e no Facebook) apresentou um vídeo que aponta dados que também pedem atenção.
Em 1970, 48% dos jovens e crianças brasileiras estavam na sala de aula. Hoje são 97%, uma melhora impressionante. Entretanto, estes 3% restantes representam 1,5 milhões de pessoas sem acesso à educação. Ou seja, temos ainda uma longa e tortuosa trilha a percorrer. Você pode conferir o vídeo completo aqui.
Por tudo isso, é de suma importância valorizar datas como o Dia Mundial da Educação e, como educadores, estarmos mobilizados e conscientes para a batalha diária que é busca por uma melhora da educação em todos os níveis, em todo o mundo. Uma educação inclusiva, transformadora e cidadã.
Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/
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