A pandemia deu destaque a uma abordagem de ensino que já existia, mas que com a quarentena e as aulas on-line, passou a chamar ainda mais a atenção dos educadores. O ensino híbrido, que faz parte das metodologias ativas, é apontado por vários pesquisadores e educadores como uma das mais fortes tendências de educação deste século.
Ainda que haja educadores e gestores que o apontem como a salvação da educação após este período em que estamos vivendo, unir aulas presenciais ministradas durante algumas vezes na escola e o restante de maneira on-line, ou transpor conteúdos expositivos para plataformas on-line seria suficiente para que uma escola afirme oferecer ensino híbrido a seus estudantes?
A resposta é não. De forma bastante distinta da solução que foi adotada por muitas escolas no Brasil de forma emergencial (e, em muitos casos, improvisada), no ensino híbrido (ou blended learning), o estudante utiliza a tecnologia para aprender, e os momentos presenciais, para discutir, em grupos, os conteúdos estudados anteriormente, sob a orientação do professor, o que fortalece a interação e a colaboração.
O uso da tecnologia no ensino híbrido é previsto desde a etapa do planejamento. Diferentemente das atividades utilizadas durante a quarentena, nas aulas planejadas (ou experiências de aprendizagem), as ferramentas tecnológicas não são usadas para levar uma aula expositiva tradicional ao aluno, mas sim para facilitar a personalização do ensino e permitir que os professores desenvolvam determinadas habilidades e competências durante suas aulas.
Desta forma, as tecnologias não devem ser utilizadas para reproduzir um sistema de ensino centrado no professor, mas sim para desenvolver o poder de argumentação, o pensamento crítico, a colaboração e a comunicação, tanto entre os alunos, quanto nos docentes, que são os mentores deste processo.
Colaborar, compartilhar e aprender
Repensar a elaboração do plano pedagógico, a organização da sala de aula e a relação professor-aluno é fundamental para as instituições de ensino que queiram adotar o ensino híbrido em seus currículos.
Um exemplo deste redesenho é a aula em rotação de estações. Trata-se de uma técnica baseada na criação de diferentes ambientes dentro da sala de aula, formando um circuito, o que permite aos estudantes debater e trocar impressões sobre o conteúdo. Esta rotação pode acontecer de forma individual, por meio de laboratório rotacional, sala de aula invertida etc.
No modelo de rotação por estações, os alunos são organizados em diferentes grupos, cada um com uma tarefa diferente, segundo a proposta do professor. Por meio da formação de grupos heterogêneos e com tarefas diversas, o docente oferece aos alunos a oportunidade de entrar em contato com diferentes pontos de vista e realidades.
A ideia é que cada grupo circule por entre as atividades tanto on-line quanto off-line para ter a oportunidade de experimentar formas de aprender diversas, ter experiências cognitivas mais ricas e desenvolver competências e habilidades de uma maneira mais potente.
Portanto, na pós-pandemia, o ensino híbrido poderá ser uma forma eficiente de ensinar e aprender, sempre e quando for bem planejado e discutido. Como é uma abordagem que pede uma constante interação entre alunos e professores, devem ser levadas em conta a necessidade de distanciamento e as adaptações necessárias.
Caberá aos docentes e gestores escolares refletirem sobre os espaços de aprendizagem, o papel do professor neste processo, e como o aluno poderá seguir sendo o centro deste formato. Tempos difíceis pedem soluções criativas, e a educação está sempre trabalhando em oferecê-las.
No Singularidades, o curso on-line “Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação” tem como objetivo acrescentar experiências inovadoras à prática dos professores, além de oferecer inspiração para a reflexão sobre as múltiplas possibilidades da educação. O curso foi elaborado pela professora Lilian Bacich em conjunto com diversos outros educadores, e você pode saber mais sobre o conteúdo e se inscrever aqui.
Você vem trabalhando ou gostaria de aprender mais sobre o ensino híbrido em sala de aula? Conte para a gente!
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